Quantas noites o coração se esconde Com medo do que não responde? Quantas lágrimas viram oração Pedindo cura e compreensão? Mas o tempo, mestre sereno Transforma o pranto em terreno E do chão que um dia foi ferido Brota um amor mais colorido Porque a dor é só passagem Um rio rumo à coragem No abraço que chega no fim O perdão devolve o melhor de mim Nas constelações, ouço um canto É Deus em forma de espanto O amor é a força que move o além E o eterno habita o que vai e vem Sou pó de estrela e oração Sou parte viva da Criação No ventre azul do infinito O Todo me chama – e eu acredito Sou o campo, o grito e o altar Sou o que luta pra se encontrar E quando a mente se cala, enfim O universo desperta em mim Na luz e na sombra, sou aprendiz Entre mundos, busco a raiz E no silêncio que tudo refaz A alma encontra sua paz