Ouça o toque tô tambor no quilombo de Espinguela Abre a roda, sobe a lona, tem xamego nessa festa Traz o sorriso mais verdadeiro Esse terreiro vai virar um picadeiro Prazer, sou a pioneira Na pele a herança ancestral Firmada na luta e na fé Mainha do rosário alumia Fiz do circo os mais lindos brasis Colorindo a caravana de alegria Família de artistas fazendo florir O sonho do Guarany Na arte negra, a minha essência Inspirada em Benjamin Camélia, na lapela é resistência Existir é direito, vive em mim Afinal, eu sou Maria Nos palcos aprendi a sorrir Paixão de reis, céu de estrelas, aconchego Seu beijo zabumbou o meu coração Ai que xamego bão, ai que xamego bão Revelada afro-mulher Fiz do afeto o meu destino E na sagrada encruzilhada Ser mãe não é delírio, é felicidade Gerar as mais lindas jornadas Alimentando o sonhar Minha missão foi esperança Hoje sigo a brilhar, a gargalhar No Arranco (ô) sou acalanto dessa gente Que mesmo na corda bamba Por dia doma um leão E na ilusão dessa avenida Desfilam o amor por esse chão