Ciça, meu irmão Deixa a lágrima na face rolar O meu samba nasceu no teu chão Um leão do velho Estácio de Sá Quando o morro do São Carlos descer E meu canto embargar sua voz Na essência, nós somos você E você é um pouquinho de nós Moleque descalço, riscando o asfalto Batendo na lata, rufando no couro À Lua de prata O apito do mestre medalha de ouro Põe a caixa no alto, quebra a baqueta Vai botando mais tempero no feijão com arroz Batucada desvairada, toca o trem caipira Divina condução Consagrado no compasso da inovação Ousado, ergueu as peças fez virar o jogo Ajoelhou pra saudar esse povo Regendo na pista o centenário das paixões Cada pavilhão Marcou sua história, honrou a tradição De tantas escolas toque de orixá Seja no afoxé, adarrum, ijexá Então sai da frente Que lá vem chegando o bonde do caveira Cria do morro, malandro, maestro por intuição À luz do destino lhe fez instrumento Dos ventos que formam um furacão Ciça, é hora de ver sua consagração Viradouro é seu coração na avenida Amor, amor, amor, em sua história nossa vida Sabe Moacyr, a esperança virá No vermelho e branco que brilha em seu olhar