Depois de um tempo de abrigo em abrigo Eu percebi que nada nunca me abrigou de fato Nem avisei que eu ia embora Quando eu vi, já tava longe E há meses não mantinha mais contato Será que as migalhas de pão da vida Que eu deixei na trilha São suficientes para marcar retorno? Deitava me sentindo tão vazio Mas inútil é preencher vazios me apegando a contornos Hóspede do Caos, anfitrião da dúvida E até dividi o quarto com um remorso Como se não houvesse Mais razões para tentar corrigir Nem aqueles pequenos erros que esboço Eu sei que fugi de casa já tantas vezes Mas eu não tenho mais pra onde ir Tenho vergonha de olhar para Deus novamente Mas Dessa vez eu não vou sair Estou voltando ao meu lar de paz As minhas cargas deixei para trás Meus pés cansados vagaram demais Tinha esquecido como é bom voltar pra casa Me deixa aninhar em teus braços Poder repousar com Teus olhos sobre mim Um dia contigo já vale bem mais Como é bom voltar pra casa É difícil voltar pra casa a essa altura Fora de casa tudo é cela E eu percebi que teu amor é chave E a sua funcionalidade depende de quem Tu és E não do que eu faço dela Eu andava e minhas pernas travavam Eu nadava e meus ombros cansavam Eu voltei pra me humilhar por portas abertas Mas quando eu te encontrei teus braços já estavam Não percebia, mas me livrou do algoz Enquanto eu dormia, afastou o passarinheiro e seu laço Quando eu ceguei, ele me guiou pela voz E quando ensurdeci, Ele me carregou nos braços e Cuidou das feridas que eu nem via que tinha Pra que a minha partida nunca se repita Mesmo sendo a última morrer, a minha esperança morreu Mas ela é a primeira que Cristo ressuscita Estou voltando ao meu lar de paz As minhas cargas deixei para trás Meus pés cansados vagaram demais Tinha esquecido como é bom voltar pra casa Me deixa aninhar em teus braços Poder repousar com Teus olhos sobre mim Um dia contigo já vale bem mais Como é bom voltar pra casa