Pessoas , momentos , alturas , lembranças, Perfume , recordações , episódios , festas Fotografias , coisas boas , coisas más , sentimentos Caligrafias , histórias , decisões , peças Há certas alturas , que vais , que vens ... Eu também nunca tive medo de alturas Quis conhecer o céu e tentei abraçar-me às nuvens ! Desculpa , eu sei que disse que ia passear ao jardim Colhi uma flor para te dar para me dares um abraço a mim Dizem que a vida dá saltos , eu também acho que sim Vou dar o maior salto de todos quero aterrar num trampolim Mãe , deste-me o mundo Fiquei suspenso, porque hoje eu sinto-me tão livre que até me sinto preso Dá-me asas , que azar ! estas asas não se rasgam Mesmo que trouxesse pára-quedas , estas quedas não paravam Se eu pudesse voltar atrás , não posso , tou instável Provei o sabor da vida mas que sabor desagradável Vou ate às estrelas , não regresso Vejo o meu reflexo na água cada vez mais perto Desejo a tua mão aperto , por entre os dedos A ilusão empurra-me , sussurra-me segredos Ajuda-me a dizê-los , não posso mais fugir O céu é o limite e eu limito-me a cair em palavras que me escreveste Deixei-me voar no teu papel , senti um arrepio na barriga Como se isto fosse um carrossel Já chega de despedidas , não me sigas , não consigo Agora que és livre como um pássaro só não tentes voar comigo Eu não me prometo nada , eu tento , mas espera Tenho medo que as promessas no céu sejam como na terra Leva-me a ti , beija-me e esconde se isto for um sonho eu não acordo Ou então atiro-me da ponte , quantos segundos tenho ? Tenho vertigens ! Sou eu que me afasto , ou és tu que me afastas ? As escadas são infinitas como as vezes que não me abraças Eu subo degrau a degrau a imaginar-te , A dizer-me o que não te disse pelas vezes que não falaste O quanto tu me perguntaste , sem nunca me perguntares Todas as respostas que me deste ao duvidares Todas as questões que colocaste ao confiares , enfim O quanto te iludias por desconfiares de mim Avanço lentamente o corrimão Com lágrimas de raiva pela minha decisão Já estou do outro lado , tenho os dedos inchados Agarrado pelos cotovelos e os punhos atados Desequilibro-me caio para trás , sinto a adrenalina Queria gritar mas a minha boca tem fita adesiva E eu sufoco , enquanto respiro o teu perfume O sorriso do costume não é o sorriso do costume Prometi , levar-te onde quer que fosse Mas hoje , chego tarde querida e vou para muito longe Eu vejo as pessoas lá em cima debruçadas Desesperadas , até parecem importadas Queria gritar que te amo mas tenho a boca fechada Os tímpanos estouraram porque já não me dizes nada Até que me desfaço na água , não sinto os olhos , Não vejo pele , os músculos separaram-se dos ossos Isto dói muito menos do que o que podia Por cada vez que te encontrava e não te conhecia É o ultimo segundo de jogo , jogo a última carta Na última jogada no entanto a queda ... Sinto os ossos a torcerem-se como plasticina E partem-se por dentro até que entro em hipotermia Rasguei as artérias , a dor é grande Engulo água e sinto o sabor do meu sangue