Um Femenê cara chata feio de lata e motor Meio bege furta-cor Pendendo pra um desbotado Era assim o mal falado Caminhão do florentino Que nunca errava o destino Chegava sempre atrasado Até os cusco disparava daquela máquina estranha Que nos brete da campanha ia engolindo distância Em tempo de abundância sobrando frete barato Puxava lenha do mato para venda nas estâncias Na carcaça algo quebrado o picumã na descarga São marca de mudança larga Comendo poeira da estrada A palanca improvisada Por quebra galho ou desleixo Teimoso e duro de queixo Freiava em dez pedala A palanca improvisada Por quebra galho ou desleixo Teimoso e duro de queixo Freiava em dez pedaladas Radiador de goela seca Bebendo água de sanga Lerdo igual um boi de canga Seguia o caminhãozito Roncando forte e bonito Batendo biela e bronzina Quando falhava a buzina O dono pegava o grito Radiador de goela seca Bebendo água de sanga Lerdo igual um boi de canga Seguia o caminhãozito Roncando forte e bonito Batendo biela e bronzina Quando falhava a buzina O dono pegava o grito: Sai da frente rapaz! Coitado do florentino na lida do dia a dia Às vezes se dividia mecânico chofer Era lindo de se ver Dois parceiros lado a lado Tanto tempo já rodado E vendo a vida envelhecer O florentino coitado na lida do dia a dia Às vezes se dividia entre mecânico chofer Era lindo de se ver Dois parceiros lado a lado Tanto tempo já rodado E vendo a vida envelhecer Botei meia estrada feia A lida seguia breca Era seis pneu careca E um estepe na pior Rotina de poeira e Sol mapeando a pampa charrua Dava carona pra Lua e sabia a estrada decor Rotina de poeira e Sol mapeando a pampa charrua Dava carona pra Lua e sabia a estrada decor Radiador de goela seca bebendo água de sanga Lerdo igual um boi de canga tocava o caminhãozito Roncando forte e bonito Batendo biela e bronzina Quando falhava a buzina O dono pegava o grito Radiador de goela seca bebendo água de sanga Lerdo igual um boi de canga tocava o caminhãozito Roncando forte e bonito Batendo biela e bronzina Quando falhava a buzina O dono pegava o grito Radiador de goela seca bebendo água de sanga Lerdo igual um boi de canga tocava o caminhãozito Roncando forte e bonito Batendo biela e bronzina Quando falhava a buzina O dono pegava o grito: Sai da frente boca aberta mal!