Tem gente que mente tanto, que se bobear, acredita na própria história Disse que foi chamada pra reunião Mas só soube da história pela televisão Falou que deu a ideia genial Mas nem sabia o que era o tal sinal Jurou que conhece gente importante Mas não passa do segurança do restaurante Se faz de expert no assunto Mas só repete o que ouviu no conjunto Adora se pintar de destaque Mas é só barulho sem lastro no ataque Fala como se fosse testemunha Mas só viu o trailer da conversa alheia Mentiu pra quem? Pra mim que tava lá ou para os outros também? Conta como se brilhasse no rolê Mas todo mundo entende o que vê Mentiu pra quem? Se até o espelho já virou refém Cria versão, enfeita o que não tem Mas no fim, só sobra o faz de conta também Diz que resolveu tudo com um olhar Mas na hora travou até pra falar Disse que não liga pra opinião Mas se coça quando não tá em discussão Finge que não quer aparecer Mas faz pose até pra atender Quer ser discreta no discurso Mas tá sempre no meio do percurso Diz que é simples, mas tudo é ensaiado Até bocejo vem coreografado Cada palavra parece roteiro Mas a audiência já mudou de parceiro Mentiu pra quem? Pra mim que tava lá ou para os outros também? Conta como se brilhasse no rolê Mas todo mundo entende o que vê Mentiu pra quem? Se até o espelho já virou refém Cria versão, enfeita o que não tem Mas no fim, só sobra o faz de conta também Na próxima vez que for inventar, só avisa que é ficção, aí ninguém confunde com verdade