Deus se existir que me perdoe Mas hoje eu permaneço insone Pela tristeza que é um açoite E a leviandade que me consome Será que terei que morrer para fazer falta? Eu concretizo essa tamanha blasfêmia De concatenar a dor amena Que se prolonga e exaspera Essa certeza feia e grotesca Será que viver vale mesmo a pena? Eu não me doo pelo enfado Apenas me mesmerizo do certo fato De que o remorso é o mais bem amado Do que qualquer um que tenha estimado Na balança da vida, o arrependimento é mais pesado Meu grande feito em vida, minha marca na vida Foi talvez ter a certeza de nunca ter amado Dessa doença da qual me enfado Para sempre ressentido e ensimesmado É melhor perder do que nunca ter amado? É melhor perder do que nunca ter amado!