A aurora na fazenda desperta, o sol beija o mar de verde a perder de vista. O gado ao longe marca o compasso, nesse paraíso, eu me faço. No horizonte, a camionete ronca, trilha aberta, coração que aponta. Pra onde leva essa estrada de poeira? Nas veias corre a seiva verdadeira. Gado, terra, o suor do meu rosto, é a herança, o meu gosto. Dinheiro vem, na lida se faz, no campo, na paz. Mulherada bonita, sorriso aberto, no baile, eu me perco. Pinga na mesa, brinde à vida, em cada esquina, uma nova partida. Sob o céu de anil, a vida é um filme, de tramas simples, mas que sempre anima. Entre festas, sonhos e labuta, cada dia é uma luta, mas a fé nunca termina. A riqueza não está só Na trilha da fazenda, o sol já vai se pondo, A vida segue em frente, nesse vasto mundo redondo. Herança de família, terra e gado, riqueza sem tamanho, Nas veias corre a história de um povo, em cada canto, um espanto. Entre amores e dores, a vida se desenha, Na faculdade, no buteco, a sorte sempre acena. Amantes escondidas, no brilho da lua cheia, Nessa terra abençoada, cada história é uma veia. Cachaça na mesa, brinda a nossa essência, Dinheiro e farra, na noite a decadência. Mas quando o dia chega, é a fazenda que nos chama, No coração da gente, é o amor que sempre inflama.