Hoje eu acordei no meio de espinhos Em meus sonhos embolados, feito papel velho Nessa roupa de festa que usei pra celebrar Um amor eterno Mas este coração mesmo inundado Ainda morre de sede A poesia desafinou A vida viajou, se foi E eu fiquei pra cuidar de mim Eu do alto via as cores Eu do alto sabia das dores No fim voei com lama no lugar de penas Mas tristeza é como velho um trago Que aquece o peito antes de fazer cair Da torre em ferro e neon A vida se mandou, já foi E eu fiquei pra cuidar Fiquei pra cuidar de mim Espero o sol se libertar, sair daquela gaveta Desenterrar um poço d’água limpa