Terra desertada, amassada Calcinada, sem raízes para lembrar Rastro em folha seca Fraqueza exposta Atrás da porta E já se cansou de respirar E desceu o Santo Caolho Cachimbo velho Jogando brasa nas costas Daquela multidão Dente cerrado, pavio aceso Olhou-me nos olhos e me perguntou “Onde ocê pensa que vai?” Pedra tão rachada, devastada Embalada, que só restou mesmo o urubu Uma fruta seca Abanando a fome Sugando a seiva E na garganta ressecou Um desejo vivo E veio o Santo Caolho Batuque bento Agourando o povo Bem em frente a uma procissão Rastejou no vento Bebeu sua ira E no fim da tarde ele já se mandou E ninguém sabe onde estará Só o Santo Caolho vai ouvir!