Ficar sem arte sufoca Ficar sem arte Ficar sem arte sufoca Ficar sem arte Estava sem ar Fui pro quintal e levei meu violão Pus-me a cantar Enquanto a filha ali De pés no chão O violão encostado Em meu peito abriu nós Versos de Gil e Cartola Socorro, Caetano Milton e Joyce na voz Eu fui entrando em oração E vi as dores indo Nas asas de um gavião E fui silenciando cada aflição E toda arritmia Do meu coração Lembra que a Casa do João de barro Foi feita do barro do chão E ancorada num galho Distante do toque das mãos A estrela lá do céu Rebrilha em cada irmão O Sol de lá de cima Move cada grão E cada cantiga de amor Desta terra Se espalha Invade, transforma Liberta os nós Ficar sem arte sufoca Ficar sem arte Ficar sem arte sufoca Ficar sem arte