Quando eu olho ao longe eu vejo a canhada Enxergo a boiada andando pro pasto O boiadeiro assovia contente levando na frente o gado comprado A relva molhada esculpe o rastro de cada animal Isso me deixa uma triste lembrança Daqueles bons tempos que não voltam mais Eu saia cedo com minha boiada Là pro fim da tarde fazia acampada Um dos boiadeiros saia na frente preparava O rancho pra nossa chegada Um trago de canha no bico da guampa Pra tirar a poeira do velho estradão Depois do jantar um toque de viola que deixava em brasa meu coração O restricio triste de uma saudade Tirava o sono do pobre peão Deixara sozinho a sua amada num rancho distante em meio ao sertão Lá pra madrugada a lua se escondia E chegava a hora da gente acordar Enrolava a rede e saia no rumo da Primeira estrela pra se orientar Clareava o dia já estava distante Recontava a tropa para entregar È o fim da jornada só resta lembranças De um tempo que foi pra nunca mais voltar