Êita saudade danada, meu cumpadi! A vida no campo é dura, mas é linda demais Bora simbora! Eu nasci num chão vermelho, cercado de gado e poeira Aprendi desde cedo a lutar a vida inteira Mas um dia eu quis saber como era lá na cidade Peguei a estrada, sonhando com liberdade Acelerando a moto no meio da multidão Vi prédio, vi luxo, mas perdi o coração No meio do barulho e da confusão Senti falta do cheiro do meu chão E foi lá que eu encontrei uma mulher bonita Olhar de estrela, sorriso que agita Trouxe comigo pra vida no sertão Mas o campo não cabia no coração dela, não O cowboy chorou (ôôô) Quando viu seu amor partir Mas o Sol brilhou (ôôô) E a roça me fez sorrir! Hoje eu vivo livre, sem rancor Entre o cavalo e o meu labor Sou raiz, sou chão Sou vaqueiro, sou paixão! Ela dizia: Aqui é só mato e luar E eu dizia: É isso que me faz amar! Mas quem vem da pressa não entende o sertão E foi embora levando um pedaço do meu coração Voltei pro gado, pro cheiro do curral Pra viola, pro aboio e o luar natural Enquanto o berrante chamava o trovão Eu descobri que a dor vira canção O cowboy chorou (ôôô) Mas aprendeu com a solidão O tempo curou (ôôô) E o mato virou oração! Hoje eu canto o que o sertão me ensinou Quem tem raiz, nunca se apagou! Sou da terra, sou da Lua, sou do chão rachado Meu cavalo é meu irmão, meu gado é meu legado! Quem sofre na roça, canta pra espantar a dor E o choro do cowboy virou forró de amor! O cowboy chorou, mas se levantou A vida ensinou e ele renasceu O amor passou, mas o campo ficou E o coração do vaqueiro é só Deus que entendeu!