Arando a terra, gritando com os bois Na roça nova, desviando dos tocos Costeando o mato na beira de um rio No coice do arado, sou meio louco Meus bois de canga valem mais de mil Junta de perfil que na força se agranda Calando arado na verga do eito Faz ranger no peito, canzilha canga Lavra, lavra, lavrador Lavra o teu próprio suor Lavra a alma da saudade Lavrando sonhos de amor Lavra, lavra, lavrador Lavra o teu próprio suor Lavra a alma da saudade Lavrando sonhos de amor Das leivas brutas que vão virando A despacito o arado vai cortando O cambão ringe emanando a junta Com bois de fé, sigo trabalhando Lembro da China que partiu Foi pra vila da Cidade E na solidão do campo Vou rimando este meu canto Nesta verga da saudade Lavra, lavra, lavrador Lavra o teu próprio suor Lavra a alma da saudade Lavrando sonhos de amor Lavra, lavra, lavrador Lavra o teu próprio suor Lavra a alma da saudade Lavrando sonhos de amor