Você sabe, eu não tenho paciência
Então por que me deixou na estação, na fria solidão?
Menos quatro, e eu ali, sem proteção
Tá, eu entendo o que você diz
Mas não quero ouvir agora, só me deixa em paz
Cala a boca uma vez, só uma vez na vida, vai

Você me disse que eu não passo dos 33
Que sorte eu teria se chegasse até lá
Tá bom, eu fumo, bebo, caio
Desmorono e me levanto, faço cena, sou vendaval
Mas quem você quer que eu seja afinal?
Sou bagunçada demais, depois limpa demais
E nunca te agrado, não importa o que eu faça

Você fala: Arruma um emprego
Depois pergunta onde diabos eu andei
Sou perfeita, até abrir minha boca
Só quero ser eu, isso não é permitido?
Sou esperta, depois burra demais
Você odeia meu choro, a não ser naqueles dias
Sou perfeita, até mostrar que não sou
Podia ser mil versões por você, mas você odiaria todas

Você odiaria todas
Você odiaria todas

O tempo passa e você não entende
Não quero romance escrito em mil páginas
Só uma mensagem já bastava
E não faz essa cara de desprezo
Eu ralei o dia inteiro, sem parar
É só uma garrafa ou duas, e daí?

Mas você também não é santo
Fuma pra dormir, mas volta chapado às quatro
E entra mudo, nem olha na minha cara
Porque eu me perdi de novo
E esqueci de dobrar minhas roupas

Sou bagunçada demais, depois limpa demais
Você fala: Arruma um emprego
E depois pergunta onde diabos eu andei
Sou perfeita, até abrir minha boca
Só quero ser eu, isso não é permitido?
Sou esperta, depois burra demais
Você odeia meu choro, a não ser naqueles dias
Sou perfeita, até mostrar que não sou
Podia ser mil versões por você, mas você odiaria todas

Você odiaria todas
Você odiaria todas
Você odiaria todas
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