A tarde vai Ao tranco, despacito pelo outono Num céu tobiano que guarda silêncios Dos dias que me fiz com tua ausência Me vejo aqui Mateando neste frio que ganha entono Enquanto estalam brasas no braseiro Acalentando a tarde da querência E entre os mates que encilho tão solito As sombras se alongam pelios campos E a noite borda estrelas Pra lumiar o meu recanto Nos galhos dos pinheiros frente ao rancho Se aninha em alvoroço a passarada Então o meu olhar perde a lonjura Pra sonhar na madrugada E enquanto o breu da noite esconde as luzes Tomando os cantos do rancho vazio Um cerne segue vivo em sua brasa Mantendo seu calor diante ao frio Assim a madrugada me abraça Rimando versos para um bem querer E eu cismo me aquecer frente a saudade Que teima congelar o meu viver