Um homem negro com expressão soturna Atravessava a avenida às três da madruga Qual a sua intenção? Muita gente julgava A verdadeira razão ninguém imaginava No I.M.L. consternado e descrente Reconheceu o corpo do filho adolescente Confundido com um bandido, um tiro da polícia Acertou-lhe pelas costas – confirmava a perícia! Ah! A mesma cena clichê inconsciente à memória De quinhentos anos repetindo a mesma História Serão necessários quantos séculos mais Para perceberem o óbvio: Somos todos iguais? Um homem negro chorava ao velório Um homem branco escrevia um relatório Vida ceifada – estatística fria! Às autoridades: Só burocracia! A mesma cena clichê inconsciente à memória De quinhentos anos repetindo a mesma História Serão necessários quantos séculos mais Para perceberem o óbvio: Somos todos iguais?