Não há mais lamento Nem pranto aos mortos Somente o silêncio à me acompanhar Todos já morreram, os bons e os maus Não há mais ninguém pelas ruas, não há E agora sou eu Que vaga a esmo Pelas ruínas da minha cidade Onde ficava minha rua? Onde ficava minha casa? Aonde estão os meus amigos? Aonde está você? Pelas ruínas eu ando Catando pedaços de histórias perdidas Na noite sem fim E em meio as pedras, pedaços de corpos Pedaços de vidas, pedaços de mim Corpos serviram de arma E as almas entregues ao mundo das trevas Pecados letais Sinais de demência Corações doentes Entregues ao ódio Negaram a paz E agora sou eu Uma alma no mundo Um ser sem razão confuso e perdido Onde ficava minha rua? Onde ficava minha casa? Aonde estão os meus amigos? Aonde está você? Quantos acordos firmados Em terras distantes` À custa de sangue de entes tão meus E os ecos das vozes não foram ouvidos Mas isso eu entendo, reinava o mal E desse veneno tão cego eu provei Agora eu contempo essa noite assim Sem céu, sem estrelas, nada lembra a vida Tudo aqui é morte, essa noite sem fim A noite sem fim A noite sem fim A noite sem fim