Esse pranto é meu Dá licença d’eu chorar Tu levaste meu sorriso Como vais me acalentar Nunca vi cão raivoso latindo pro luar Sarapó dentro d’água é difícil de agarrar Passarinho não pode esperar baladeira Espingarda com chumbo de prata é certeira Para mim teu olhar Fere mais que um punhal Ovo goro eu não vou comer Que me faz mal Quando eu morrer Se eu não for pro céu Eu vou lá pro Marajó Montar num cavalo baio Debaixo das cores do sol Esse rio é minha rua Minha e tua, mururé Piso no peito da lua Deito no chão da maré Me arresponde bôto preto Quem te deu esse pixé Foi limo de maresia Ou inhaca de mulhé Pois é, pois é Eu não sou de igarapé Quem montou na cobra grande Não se escancha em puraqué