Foi acordar por cima de um turbilhão de dor Que eu não sei de onde vem Abro a janela sinto o frio por entre o calor Eu já não sei estar bem E se algum dia me fizer acreditar Que o anteontem foi a bênção do meu estar Eu não vou querer acordar Se a voz se cala e eu não consigo mais contradizer Se o vento é norte e me leva ao esquecer Nada farei por ti Nada farei por mim Será difícil de pensar Eu não vou querer acordar A luz do Sol indica qual é a nossa estação E o gemer da terra Há tanta gente que diz que tem grande coração Mas tanta gente berra E se algum dia me fizer acreditar Que a obra nasce para o ser humano a queimar Somos a solidão, somos a apatia, somos o diabo a crescer Eu não vou querer acordar