Ajoelhado Na barranca do meu rio, Hoje triste lavo roupa Pra vestir a solidão. O caniço de alfinete Que eu pescava lambari... São retalhos da infância Transformados em saudade, Que juntando fiz uns versos Pra compor esta canção Não deixem morrer meu rio, Me ajudem por favor!!! O biguá que mergulhava, já morreu Água pé não dá flor. Em momentos de angústia Ao pensar estando só, Vejo o rio da minha infância A correr buscando o mar; Sinto sede de água pura Quando a "natureza" chora No silêncio das barrancas Me pedindo pra cantar Não deixem morrer meu rio, Me ajudem por favor!!! O biguá que mergulhava, já morreu Água pé não dá flor. Vendo as águas poluídas, Do meu canto faço reza, A viola na cantiga É meu templo de oração; Quero-quero está morrendo Pelas várzeas do meu campo, O seu grito é um lamento Suplicando neste chão Não deixem morrer meu rio, Me ajudem por favor!!! O biguá que mergulhava, já morreu Água pé não dá flor.