Seu Agenor vai caminhando rente à rua Em frente a casa o rádio toca uma canção É nostalgia a mais bela memória sua E entusiasmado é levado a distração Um carro freia e quase que o atropela O motorista xinga e acelera sem razão Está atrasado o olho cheio de remela Sinal vermelho então ocupa sua visão Se não estivesse nem tão bravo ou apressado Tinha reparado a sua paixão nesse sinal Que terminava aos prantos com o namorado No carro ao lado se sentindo muito mal Ela desliga o telefone e se pergunta Será agora cada um com cada qual? E o namorado na bebida se afunda Pensando: ‘não sou tão culpado afinal’ Mas vai saber Diz que as vidas se interagem E que não existem margens nem barreira ou paredão Que obstruam a toda essa passagem De partículas em viagem formando uma conexão No boteco o novo solteiro já chegava Às suas novas conclusões e decisões Enquanto a senhora que por ali passava Rezava para esses bêbados sem condições E um homem estende a mão por uma esmola Onde passavam a senhora e o Agenor A senhora diz logo: não me amola E o homem retribui o favor Seu Agenor se interessa na viola Que o homem tem em suas mãos e não tocou E ele prontamente se põe em sua sola ‘Uma moeda e componho algo pro senhor!’ Mas vai saber Diz que as vidas se interagem E que não existem margens nem barreira ou paredão Que obstruam a toda essa passagem De partículas em viagem formando uma conexão Seu Agenor se depara com os bêbados no seu bar E tenta lhes contar o que pensou Mas a cachaça estava cara e ninguém quis lhe escutar Pra contornar uma desculpa ele inventou Vai entender Diz que as vidas se interagem E que não existem margens nem barreira ou paredão Que obstruam a toda essa passagem De partículas em viagem formando uma conexão