A pergunta começou pequena Um sussurro dentro da fé Não era sobre o que Ele escreveu Mas o porquê Dele escrever O Cristo, pleno e limitado Que sentia fome, frio e cansaço Ao ser interrompido pela multidão Começou a escrever, contendo qualquer emoção Mantendo na areia parte do discurso Que transbordava em unção A Palavra vinha pronta Cada frase tinha um lugar E quem é cheio do Espírito Nunca fala sem propósito, sempre há o que revelar Enquanto os homens acusavam Jesus não perdeu o sermão Continuou em silêncio Escrevendo a verdade com a mão E assim Ele vigiou o coração Para não ferir, para não se irar A sabedoria O segurou Antes de a justiça falar E da pausa da areia surgiu a frase eterna Quem não tem pecado, atire a primeira pedra Se Ele não tivesse escrito Como a figueira, a multidão iria secar O silêncio Dele era graça, misericórdia e paz Era como o amor de um pai Que pede ao filho para lhe abraçar A Bíblia é simples, o amor é simples Somos nós que tentamos complicar Enquanto todos celebravam condenação O céu enxergava perdão A lei antiga constrangia a mulher Mas o Mestre constrangeu a multidão E ali, no chão quebradiço O Verbo ensinava sem falar A pausa também é mensagem E o silêncio pode libertar E da pausa da areia surgiu a frase eterna Quem não pecou, atire a primeira pedra Se Ele não tivesse escrito Como a figueira, a multidão iria secar O gesto simples virou grande Porque quem tem amor sabe operar A Bíblia é simples, o Reino é simples Somos nós que insistimos em complicar