O sol despejava os raios Sob nuvens de peneira Depois da chuva ligeira Vinha o arco da aliança Em meus olhos de criança Tinha um baú de crendices Ouro, prata, meninices Meteoros de lembranças E eu vivia de cantar Para menininha das tranças É punhal minhas lembranças Dos tempos no arraiá As violetas nas tranças A rubra boca servil Era um azul de abril Era um rio de alegrias Era a minha alegoria Com cheiro manga madura O beijo de rapadura Em meu peito o amor não cabia Saudade hoje me guia Lembro os acordes no dedos Sem pensar em modos gregos Fluía o meu tocar Como luz que a passar Pelo prisma mostra as cores Fazia canção pros amores E o cachê era me abraçar