As correntes te arrastam Num ciclo obstinado E resignado aos arreios Tu desdenhas o acaso Então julgas que a vida te pune Que o sofrer repara E o mal que te afoga É fruto do carma Se o altíssimo não desceu É por que na terra caminhava A providência quis a morte Ou minha essência não recordava? Se o delírio me cegou E menosprezado foi meu clamor Por ironia, devo crer Sou a cria e o criador Eu que infestei o mundo com as bestas do abismo Carrego a pá da cova, a foice que a garganta corta E por ser livre desse humano determinismo Entrego a tua torpe vida de volta Levanta-te Levanta-te e anda Levanta-te E anda Que assim seja Fomos todos abandonados Ao som das bestas Dancem a valsa dos exumados Na vala dos mortos Indigentes, exilados Dancem a valsa dos exumados Ouçam a música das bestas e Dancem a valsa dos exumados