Era bonito Tinha gosto de abacate E o tal do cheiro Que lembrava erva-mate Pobre da peste Que tá indo pro abate Bateu às sete Já é hora do combate Dormiu às três Bajulando o freguês Papo furado Sobre o tempo do xadrez Era pequeno Desde de lá já se dizia Que a meritocracia Que levava a algum lugar Era sozinho Tinha medo do descarte E na peleia de um trampo que engate Teria sorte se rolasse um resgate Se alguém de cima Não lhe desse xeque-mate Só queria poder encher a pança Brincar na rua leve feito uma criança O dia a dia era pura esperança Herói do gueto ele tinha confiança No sinal era marginalizado Malabares, da goma e tal De chinela no asfalto ou na areia O corpo tonteia, a biela ronca Não tinha como saber Se ia ter pão em casa Que horas que volta mãinha Será que hoje cozinha Não tinha como saber Se amanhã tem casa Será que sobrevivo mãinha Será que hoje cozinha Pobre da peste Tá indo pro abate Bateu às sete horas É hora do combate Logo logo já caiu na estatística Aviãozinho era mais fácil na logística O dialeto da rua é pura linguística Analise pela visão holística A batalha de baixo é mais ríspida Não tô nem falando de política São apenas os fatos e os autos O triste retrato de quem tem que sobreviver No sinal era marginalizado Malabares, da goma e tal De chinela no asfalto ou na areia O corpo tonteia, a biela ronca No sinal era marginalizado Malabares, da goma e tal De chinela no asfalto ou na areia O corpo tonteia, a biela ronca Não tinha como saber Se ia ter pão em casa Que horas que volta mãinha Será que hoje cozinha Não tinha como saber Se amanhã tem casa Será que sobrevivo mãinha Será que hoje cozinha