Malabares

Flor ET

Composición de: Mário Ferreira
Era bonito
Tinha gosto de abacate
E o tal do cheiro
Que lembrava erva-mate

Pobre da peste
Que tá indo pro abate
Bateu às sete
Já é hora do combate

Dormiu às três
Bajulando o freguês
Papo furado
Sobre o tempo do xadrez

Era pequeno
Desde de lá já se dizia
Que a meritocracia
Que levava a algum lugar

Era sozinho
Tinha medo do descarte
E na peleia de um trampo que engate
Teria sorte se rolasse um resgate
Se alguém de cima
Não lhe desse xeque-mate

Só queria poder encher a pança
Brincar na rua leve feito uma criança
O dia a dia era pura esperança
Herói do gueto ele tinha confiança

No sinal era marginalizado
Malabares, da goma e tal
De chinela no asfalto ou na areia
O corpo tonteia, a biela ronca

Não tinha como saber
Se ia ter pão em casa
Que horas que volta mãinha
Será que hoje cozinha

Não tinha como saber
Se amanhã tem casa
Será que sobrevivo mãinha
Será que hoje cozinha

Pobre da peste
Tá indo pro abate
Bateu às sete horas
É hora do combate

Logo logo já caiu na estatística
Aviãozinho era mais fácil na logística
O dialeto da rua é pura linguística
Analise pela visão holística

A batalha de baixo é mais ríspida
Não tô nem falando de política
São apenas os fatos e os autos
O triste retrato de quem tem que sobreviver

No sinal era marginalizado
Malabares, da goma e tal
De chinela no asfalto ou na areia
O corpo tonteia, a biela ronca

No sinal era marginalizado
Malabares, da goma e tal
De chinela no asfalto ou na areia
O corpo tonteia, a biela ronca

Não tinha como saber
Se ia ter pão em casa
Que horas que volta mãinha
Será que hoje cozinha

Não tinha como saber
Se amanhã tem casa
Será que sobrevivo mãinha
Será que hoje cozinha
    Página 1 / 1

    Letras y título
    Acordes y artista

    restablecer los ajustes
    OK