Hoje eu conversei com a minha sombra E ela me contou uma história Me disse que eu não lembro Mas que está na minha memória De todo aquele tempo em que eu fui uma aprendiz Eu estive olhando para o vento E me encantei com uma rosa Que nunca foi tocada Mas que esblande toda glória De um tempo que há de vir mas que um poeta já cantou Cavalgando com o tempo Nas brumas de um campo que ninguém mais vê Cavalgando com o tempo Nas brumas de um campo que ninguém quer ver Hoje eu conversei com a minha sombra E lhe disse com firmeza Me mostra o que me dói E ponha tudo sobre a mesa Me mostra as minhas falhas Mostra tudo de uma vez Ela me olhou com ironia Me pediu por mais clareza Me disse que em um dia tudo assim ninguém aguenta Mas sempre fui intensa e voltei a perguntar Cavalgando com o tempo Nas brumas de um campo que ninguém quer ver Cavalgando com o tempo Nas brumas de um campo que eu quero ver Hoje eu conversei com a minha sombra Num momento de coragem E perguntei atenta o que eu faço com a imagem Que vezes me amedronta e me põe em exaustão Ela me olhou com uma despreza Era quase piedade E gargalhou na mesa pois estava a vontade E ali que eu aprendi sobre a concentração Cavalgando com o tempo Nas brumas de um campo que eu quero ver Clareando com o tempo Nas brumas desse campo que eu quero ver Hoje eu resolvi fazer silêncio E buscar na minha memória tudo que quero saber Descobri no canto do meu peito Uma antiga passagem Que leva a um caminho mais antigo que a minha idade Que abre uma porta que está no coração Eu estive olhando para dentro E me encontrei com a rosa Aquela mesma rosa que esblande toda glória E vi todas as histórias que o poeta já cantou Clareando com o tempo As brumas desse campo que eu quero ver Clareando pelo tempo As brumas desse campo que eu quero ver Clareando com o tempo As brumas desse campo que eu quero ver Clareando pelo tempo A luz da consciência que eu quero ser