Olhar de poeta arisca Coração inacessível Difícil de assustar Olhar de menina aflita Forçada pela vida Precoce desabrochar Olhar de alguém que já chorou embriagada No ônibus da madrugada No ombro da morte Eu não sei o que é sorte O tempo todo foi intuição O tempo todo foi intuição Que Deus abençoe as estradas Que abrigam os poetas De coração na mão Que Deus abençoe os poetas Que habitam as estradas Sem uma direção Olhar que desenha histórias De sangue, de vitórias Nas manchas dum lençol Olhar de olhos abertos Que aprende com singelos E intensos raios de sol Reza um dia uma sobrevivente E declaradamente impura Que se ergueu do chão Reza um dia uma sobrevivente De força interna persistente Que busca evolução É Eu não sei o que é sorte O tempo todo foi intuição O tempo todo foi intuição Que Deus Abençoe os poetas Andarilhos calejados Que estão ignorados Que Deus Abençoe as mulheres Que cambaleiam nas ruas Como eu fiz no passado Deus Mande os anjos corretores Pra aqueles que tem tantas dores E querem se livrar Peço Abençoe os sensíveis Que se sentem invisíveis Perante o mundo todo Deus Abençoe as Madalenas Minhas orações sinceras Pra quem quer se curar É Eu não sei o que é sorte O tempo todo foi intuição O tempo todo foi intuição Deus Manda os anjos corretores Ponha essas minhas dores Em córregos de sol