Neste pampa que é meu mar O meu tordilho flutua Barco da esquadra xirua Onde a vela é o campomar E esta gana de tornar Longe um tanto mais perto Me conduz no campo aberto Sem medo de naufragar Quando destapo uma ronda Plena de Lua e segredos Entre as nuvens e o varzedo Deste universo sem fim Sou terra, água e capim Na procissão das quietudes Bombeando o espelho do açude Criar imagens de mim Assim navego em campanha Sobre a luz de um céu bendito E se me perco num grito Logo me encontro na estampa De touros tramando guampas Da intrepidez de um bagual Da vida que lambe o sal Pelo mar verde do pampa Quando me abanco pra um mate Num porto que é meu galpão Vou sorvendo a imensidão Deste horizonte bonito Num poema muito escrito Acho norte pra o meu rumo E os meus sonhos de consumo São previsões que acredito No rastro da geografias Abro clarão nas auroras Gastando cravos de esporas Estrelas à luz do dia Mormaceira invernias Fazem parte desta história Que o tempo guarda em memórias No livro das sesmarias