Quem nunca viu uma porteira na fazenda Se quer ouviu o canto do sabiá Com sua viola cantou uma seresta E essa festa foi até o Sol raiar Quem não andou descalço no areião Passou café e tirou leite da fonte Ficou feliz em tratar da criação E ver o Sol se pondo no horizonte Quem não aguou as plantas da varanda Nem catou fruta madura no terreiro Não colheu flores nem se lambuzou de mel Nem mandou catar os amores verdadeiros Nunca viajou sem sair do seu lugar Nem teve amigos que chamava de irmão Plantou sementes e esperou ela vingar Varreu com a velha piaçava o seu chão Quem não buscou mantimentos na cidade Viveu as coisas tão simples do sertão Velha palhoça que me deixou saudade Fogueira acesa em louvor a São João Quem não sentiu o cheiro da terra molhada Banhou no rio e cantou suas verdades Não acordou com o cantar da passarada Não sabe amigo o que é felicidade