Vim de longe, estou cansado Com o peso dos desenganos Cada dia mais pesado Somado ao peso dos anos Vivo num mundo agitado Cheio de gente vazia Vendo um sonho sepultado Na manhã de cada dia Ah, meu tempo de menino Se pudesse voltaria Ao riacho cristalino E às coisas que eu mais queria A meu rancho de pau-a-pique A minha cama de varas Meu travesseiro de pena Minha esteira de taquara O terreiro onde eu jogava A minha bola de meias Toadas que o pai cantava Nas noites de Lua cheia Minha peteca de palha Minha sopa na gamela Minha santa ignorância Saudades que eu tenho dela