Seja o homem que ganha Também me mostre sua doçura Seja forte, seja fofura Segure e não faça manha E embaixo dessa voz, tá́ o menino que canta Embaixador da mágoa, do luto e da sua luta O menino que chora pra você̂ ver a criança Que vibra dessa vida sussurrando: Não me esqueça E o menino avança cada vez que você̂ chama Sempre que você̂ quer ascender a sua chama A faísca é sua, é dele e é da raiva Da joia e da dor, feita de Sol e saraiva Seja a mulher que ganha Também me mostre sua doçura Seja forte, seja fofura Sorria e não faça manha E além da ladainha, tem a menina que encanta Quem olha sua cara, seu jeito, sua lança Num canto, ela joga, ela ruge e ela dança Selvagenzinha sábia, com cara de onça santa E as vezes a menina bate, grita, geme, chora Sozinha no escuro põe o medo para fora Só́ soluçando por uma solução adulta Que você̂ veja a dor e a força que oculta Você̂ que vive lá longe, distante de mim Você̂ que se acha e que não acha nem seu fim Seu filho que está dentro e que espera o retorno Daquele que se foi pro mundo feito um adorno Você̂ me procura, mesmo achando que me foge Você̂ me censura, mas é a minha voz que ruge Seja alguém que ganha Também me mostre sua doçura Seja forte, seja fofura Segure e não faça manha Amanhã̃, amanhã̃