Na vitrine um vestido azul Que lindo eu queria provar Mas como, me dizem, desde pequeno É coisa de mulher chega de olhar No trabalho, rindo de piadas homofóbicas Entre os colegas, mantendo minhas farsas Almoçando em família e evitando chamar atenção Sei que estou vivendo, uma mentira eu sei, mas É só, pra manter o que eu conquistei Ouço, lá no fundo: Isso realmente tá valendo a pena? Por trás desse orgulho e esforço Uma mulher pede por socorro Vivendo em um corpo emprestado Um teatro mal ensaiado A verdade se perde Na maquiagem de mentiras Mas é claro, sem usar o espelho Ignorando o maldito reflexo no espelho Assim como a raiz de uma árvore Essa mascara começa a ficar Mas alguns olhares as vezes já bastam Pra ela querer despedaçar Eu tento abafar, as vozes interiores Elas não passam de pensamentos impulsivos Foque nas planilhas e diga boa tarde, tudo bem Eu sei, eu sei pensamento impulsivo Mas assim como um raio, pode ser um aviso Talvez, algo em mim esteja prestes a quebrar Por trás desse orgulho e imenso esforço Uma mulher pede por socorro Vivendo em um corpo emprestado Um teatro mal ensaiado A verdade se perde Um teatro mal ensaiado A verdade se perde Na maquiagem de mentiras Mas é claro, sem usar o espelho Ignorando, o maldito reflexo no espelho Toda noite, eu sonho com o vestido azul Danço livre, sob o céu azul Está bem claro, na minha mente Sem meu disfarce eu estaria contente De repente lágrimas Estou de frente com o espelho Isso não passa de um sonho As vezes, eu quero, acabar com tudo Por trás desse orgulho e imenso esforço Uma mulher pede por socorro Vivendo em um corpo emprestado Um teatro mal ensaiado Maquiagem de mentiras O espelho revela tudo E mesmo de frente com ele Ainda ignoro, o maldito reflexo no espelho