Vou embora para o meu exílio Lhe satisfazer Já não sou bem-vindo O governo agora é todo seu Já que o todo o povo lhe adora E o meu nome queima no chão Faça o que quiser da história Não importa como eu serei lembrado Tenho me informado da sua vida No lado de lá Sei de mãos exaustas, torturadas Por seu ansiar E eu sei que você não volta Não conhecerá o perdão Nem da revolução nem do amor da sua musa As sete horas na avenida central A andar dentre os homens De medo e pecado De zelo e segredo de estado Será sua nova fachada o bastante Pra a ter do nosso lado Será que ela vai achar Que és covarde e que és Um traidor que a deixou para depois Agora é tarde para não dizer que não falou Do amor então comece a regar as suas flores Vamos fingir que satisfaz se acabar Para lembrem-se de nos Daqui a uns cinquenta anos Estou cansado de lutar e não poder mais Te rasgar dilacerar Feito cão guarda de prisão Vou embora para o meu exílio Lhe satisfazer Este fardo eu não iriei Levar comigo até morrer