E é numa hora dessas que eu me pergunto Onde estão as suas mãos E é numa hora dessas que eu me pergunto Onde estão as suas mãos Aposto que uma cima da outra da outra Trocando calor, suor e segredos Mantendo suas linhas e dobras e desejos Em zelo e medo Fugindo da dor E é numa hora dessas que eu me pergunto Onde estão as suas mãos E é numa hora dessas que eu me pergunto Onde estão as suas mãos Aposto que lutando pelo que acredita A subversiva forma que assume Aposto que puniram lhe as com vil ditadura Aposto que serviram de mártir pra sua musa Aposto que tão desnudas se encontram Numa tardia hora tão cansadas do fardo Que houveram de levar por entre os dedos no nome Do sonho de ter o que não é possível Amor proibido Fugindo da dor Fugindo da dor E é numa hora dessas que eu me pergunto Onde estão as suas mãos E é numa hora dessas que eu me pergunto Onde estão as suas mãos Aposto que sofrendo em prazeres alheios Sem medo, seus dedos tocam a areia O mar que tu deseja agora a faz prisioneira Levada nas ondas Fugindo da dor E eu sei exatamente onde é que elas não estão E eu sei exatamente onde é que elas não estão Elas não estão fazendo o meu trabalho de formiga Enquanto você cigarra por ai Fazendo o trabalho de cigarra Onde estão suas mãos Eu quero saber Onde estão suas mãos Oh não torture com a informação Oh não me torture com o saber Eu não quero ver Não quero sentir Só quero imaginar Deixe me imaginar Só quero imaginar Elas a escavar medos na Minha epiderme Deixar as suas marcas nas Minha canção Deixe me imaginar