Poetisa Ouço o teu lamento Sinto o teu ardor Extravasando o tormento Já quase sem jeito pra falar Tu dizes da noite sem luar Relatas os sonhos sem pomar E a tua vontade de voar Entendo, amor A emoção se perdeu O teu verso chorou A chama se esvaiu A vida é um poema incerto: Não deve buscar no deserto A inspiração que fugiu Poetisa Nos teus devaneios Leio a tua dor E a imagem dos teus anseios Pressinto na tez do teu olhar A taça de sonho singular Que move o teu íntimo a bailar E faz o teu corpo levitar É isto, amor A ilusão se rompeu O teu estro pulsou E de azul se vestiu A vida é um poema aberto: Pode ter o enlevo liberto Num verso fértil que surgiu