No lombo do mouro, que ao trote me leva Vou rasgando a treva, da noite fechada Pra chegar depressa, num rancho campeiro E ouvir o gaiteiro, floreando a pianada Me chego pachola, campeando cambicho E o olhar espicho, pra uma fandangueira Ao som da cordeona, que a nós dois embala Se bamo pra sala, pra dançar vanera É num surungo, tchê Que é bem bom de dançar É num surungo, tchê Que é bom pra namorar É num surungo, tchê Que a sorte me embala Quando a cordeona fala Eu tomo conta da sala Deixo a vanera me levar Vou tenteando a prosa, enquanto me embalo E tudo que falo, tá bem entendido Sou da lida braba, e bem remediado O tipo ajeitado, pra ser bom marido Saudade de gaita, é o que determina Sair da rotina, pra ter alegria Tá valendo a pena, o que a gente gasta E a noite se arrasta, no rumo do dia É num surungo, tchê