Caboclo botocudo, acostumado a ser boicotado Porém, cada vez mais aguerrido Não cutuca a onça, a reação é imediata Suas vara é muito curta, a unha agarra Quem vem do vale do ácido não se dissolve fácil Meu corpo fechado cara, cicatrizes de Caras Féxadas Cês nem me procuraram pra falar que eu tô perdido O que cês grita é perdigoto, o que eu carreguei foi pedra na grota Do fundo da montanha renascido, nem queria nada disso Entidades me puxaram pra ser um viajante do futuro e do passado Então, só sei que de presente nós tamu tudo fudido aí Se me faltou apoio aí, apoiei a mim mesmo, ai, nem é soberba É que esses papo tudo bosta aí só me aduba Que nem esterco faz com a muda Lavo em um banho de limão, arruda e babosa Pagando o preço necessário desde criança Cresci foi sob os mau olhado da vizinhança Descrença? Os que desacreditaram e me colocaram em mal agouro Coloquei na arquibancada e hoje é tudo olho Me transformo de chumbo em ouro, alquimista hermetista Eu só queria é um por cento da magia da Rayssa Leal A Fadinha é real e faz prata valer mais que platina Pra cês nunca mais subestimar uma menina No cárcere da oculta estima a oculta sina de Querer ser grande e ir além de onde há qualquer reprima Cês tá é tirando de falar que eu tô tirado, é que eu tirei de letra A tiração desses tira que atira. Atira e não me acerta, eu ando certo Certo é: Na quebrada errado tem que ser cobrado Corto dobrado, assertivo que nem tirinha da Mafalda e do Armandinho Mafu iaga tetra hidro Essas rimas dai, tirei daí saiu que nem um tiro É, eu dropo os pico de grab, tô sempre me atirando! Ser melhor do ano não me atiça, cês tá enganado Só quero ser melhor amanhã do que eu era no ano passado Tô dando meu máximo, espera pra ver o resultado Piá de apê faz nem metade, pra trincar tem que sair do quarto É da janela do quinto que vocês não sabem um sexto do que passei Estive no sétimo dos infernos e voltei na octagésima tragédia Minha paciência é um terço, comédia, arma que é novena e reza. Reza! Já tô na décima estratégia pra deixar de ser pelego Tô fazendo é porque amo e tô fazendo é por dinheiro Enfim, vou explicar em latim, às vezes os vampiro entende Per aspera ad astra, Omnia tempus habent Partido proibido sempre fui, não me arrependo Li Schopenhauer e sei que a vida é tédio, dor e sofrimento Esse som ficou pesado, um tanto tenso Com fé sô, nem tão pesado quanto os traumas que carrego Tem que saber chegar pra conseguir sair Tem que saber sair pra ter onde chegar Tem que saber ganhar pra ter o que perder Tem que saber perder pra conseguir ganhar No cárcere da oculta estima, a oculta sina de Querer ser grande e ir além de onde há qualquer reprima