Caminho de tênis por aqui E apresento a vocês O Caminho de Santiago do Piripiri Sua trilha é bem longa Mas o melhor está por vir Atração dessa cidade aconchegante, redundante É uma conquista na vitória Uma Vitória da Conquista Tem mata e cafezal Que ao caminhar agrada a vista E pelas estradas de poeira Tem ciclistas, tem ladeira Tem mandacaru, tem mata-burro Mas cuidado com a canseira Pra não deixar de sambar Por que Conquista samba A Jurema samba Gameleira samba Eu também quero sambar Se quiser se aventurar 21 quilômetros vai andar Leve um sorriso no rosto Chapéu na cabeça Câmera e binóculos Para as aves que avistar O suor vai escorrer Pela ponte irá passar Pare e descanse Que tal a vista apreciar? Deguste um chimango Ou um biscoito avoador Foi lá na feira que compraste Esses símbolos, sim, senhor E depois caia no samba Que eu também quero sambar Que nas Araras samba No Pradoso samba No Iguá samba Na cachoeira do Jeribá Eu vou sambar Os pés não deve molhar Olha o Santiago e o Verruga Águas cheias de história Antes valiam como joia Hoje só podes olhar Nessa dita Suíça Baiana Que de seus rios fez uma disgrama Hoje só o olho pode tocar Essas águas tão sofridas Esfaceladas, a preço de banana Na mochila leve de bom A pamonha do Marçal Famosa aqui no interior E até na capital Sua vegetação que tanto muda Tem até cacto que reclama Queria tanto ser mais disperso Pelos os caminhos, eu confesso Mas aqui do alto Perto do Cristo de Mário Cravo Sou Melocactus conoideus E também tenho coroa Cheia de espinhos Feito aqueles que machucaram O Jesus pessoa Para os íntimos Tenho nome extenso Comprido e meio cricri Olha só, que patifaria Coroa-de-frade-do-piripiri Quando chegar a Olívia Flores Venha me visitar Eu não estou no Santiago Mas na serra do Piripiri eu vou estar Por que Conquista samba A Jurema samba Gameleira samba Eu também quero sambar Falando ainda sobre a trilha Tem sabiá, coruja, periquito e família Borboletas, abelhas Vales e capineiras Sinta a brisa Ouça a seriema que avisa Esse caminho tem casinha abandonada Cheia de história e poesia Pose para a foto Não tenha medo da livusia Foi só uma coruja-buraqueira Ai, que linda companhia E como todo caminho acaba Vai chegando ao destino Já vejo de longe a universidade Que o fim anuncia Se no inverno for Faça-me o favor Final de agosto Tem festival Look quentinho vai compor Se é arte que procura Cure sua alma da amargura Vai no museu amigo, amiga Tem o de Kard e o Cajaíba E sob as árvores de pau-ferro Uma placa anuncia Aqui termina sua jornada Volte sempre, qualquer dia Por que Conquista samba A Jurema samba Gameleira samba Eu também quero sambar