Todo final é sempre igual Sou eu quem fica vazio Com a casca quase quebrando Oco, tão oco, vazio Com a pele quase a rasgar Oca, por um fio E tanto faz quem acabou chorando Sou eu quem acaba perdoando Despedidas: Já me acostumei Faz parte da minha rotina E tanto faz quem disse o adeus Sou sempre eu quem acaba em ruína Só saio de vilão De escroto ou de coitado Mas não faz mal Depois de uns goles ou mais Eu desisto da solidão Ou não Sou eu quem sempre decora A pior parte do texto Com a cara nula, minha reação Mudo, tão mudo, não muda Finjo um farto e bom contentamento Pra me culpar bem depois Num tempo vago qualquer de minha vida Sou eu quem acaba aprendendo Indiferente o timbre da voz De quem me disse tantas coisas E tantas falas que canto pelos cantos Na esperança de nunca mais ouvir Só saio de vilão De escroto ou de coitado Mas não faz mal Depois de uns goles ou mais Eu desisto da solidão Ou não