A história do Saci eu vou contar como é que é Ele pegou me atentar, fez eu brigar com a muié O malvado fez trancinha na crina do pangaré Duas pra servir de redea e outra pra por o pé Um dia de madrugada no campo eu vi o tropé Galopear no meu cavalo é isso que o Saci quer O Saci é um coisa ruinzinho que tem uma perna só Tem um gorrinho vermelho e ainda usa paletó De dia dorme no mato numa rede de cipó De noite ele ia em casa pra fazer forrobodó Pegou a minha camisa e na manga deu um nó E levou o meu sapato, escondeu lá no paiol Eu fui pra caçar tatu numa noite muito fria O Saci veio assobiando pro meu lado, eu não via Meu cachorro tatueiro apanhou tanto nesse dia O Saci dava reiada, meu cachorro até gemia Eu fiquei ingerizado, sem saber o que eu fazia Voltei pra casa rezando todas rezas que eu sabia Sexta-feira lá em casa eu fiz um trabalho pesado Queimei fumo com guiné e palha de alho misturado Eu rezei um: Crê em Deus padre, oração senhor amado Vi o Saci no quintal, veio vindo pro meu lado Passei a mão na espingarda e dei um tiro no malvado Mandei o Saci pro inferno e garanto que foi chumbeado