Abeira, que a beira-mar não é pequena Nem toda onda que acena Quebra na beira do mar Sinta a brisa e não desatente Que o tempo é mais que um instante Que insiste em se eternizar Reza prece de mãe benzedeira De sinhazinha que espera Seu moço na beira-mar Que some além, muito além do horizonte Enfrenta o mar em corrente Com a força do seu patuá Beira de mar, casa de mãe Iemanjá Devotos a carregar Uma oferenda, iaiá E eu, filho sem eira nem beira Trago canção estradeira Um galope à beira-mar Abeira, que a beira-mar não é pequena Nem toda onda que acena Quebra na beira do mar Sinta a brisa e não desatente Que o tempo é mais que um instante Que insiste em se eternizar O tempo rege tudo ao seu tempo Beleza, fé, mandamento E a sina de esperar O amor dos brotos, dos rotos, dos idos Eternos e esquecidos E dos que estão a chegar Beira de mar, casa de mãe Iemanjá