Estica o braço da viola, cai no vira e vira o breque No embolado da viola caí no mundo sem Gorete Tentei um vira em Iracema, parei na banca de Ivete Que lá na feira me ensinou dançar um xote agarradinho Tentei um vira em Ipanema, me embolei ganhei a sina De embolador de língua solta e alma presa a uma rosa Rosa que prende o coração é uma rosa pequenina Prenda minha dá um beijo e diz que espera Que viver só na saudade é um tormento Tô no mundo, na orgia, mas eu volto Qualquer dia quando der no pensamento E com um maço de uma erva Eva me deu banho de cheiro E fez de mim ser o seu moço, ser um rei em sua banca De mil tiquiras tinturadas, violadas, repentinas E Conceição curou meu porre, com amor, me deu guarida E me ensinou dançar um coco, cacuriá, tambor de mina No Araçagy tentei um vira, perdi o dia e quase o sono Perambulando pelas ruas do meu afro Maranhão Prenda minha dá um beijo e diz que espera Que viver só na saudade é um tormento Tô no mundo, na orgia, mas eu volto Qualquer dia quando der no pensamento Estica o braço e diz que eu posso ser um louco te esperando E ao tentar outra conquista, outra ferida o peito sangra E se um dia aparecer em revoada um passaredo Que me carregue em suas asas pra eu voar pro mundo cedo Eu vou bater de casa em casa, ô de casa, dê licença E dê guarida pra viola e ouvidos pro meu canto Que pede um pouco de atenção, que meu canto é uma sina Prenda minha dá um beijo e diz que espera Que viver só na saudade é um tormento Tô no mundo, na orgia, mas eu volto Qualquer dia quando der no pensamento