Axé sou eu Mestiça, morena de Angola, sou eu No palco, no meio da rua, sou eu Mineira, faceira, sereia a cantar, deixa serenar Que o mar de Oswaldo Cruz a Madureira Mareia a brasilidade do meu lugar Nos versos de um cantador O canto das raças a me chamar De pé descalço no templo do samba estou É rosa, é renda, pra Águia se enfeitar Folia, furdunço, ijexá Na festa de Ogum Beira-mar É ponto firmado pros meus orixás Eparrei Oyá, Eparrei Sopra o vento, me faz sonhar Deixa o povo se emocionar Sua filha voltou, minha mãe Pra ver a Portela tão querida E ficar feliz da vida Quando a Velha Guarda passar A negritude aguerrida em procissão Mais uma vez deixei levar meu coração A Paulo, meu professor Natal, nosso guardião Candeia que ilumina o meu caminhar Voltei à Avenida saudosista Pro Azul e Branco modernista, eternizar Voltei, fiz um pedido à Padroeira Nas Cinzas desta Quarta-feira, comemorar Nossas estrelas no céu estão em festa Lá vem Portela com as bênçãos de Oxalá No canto de um Sabiá Sambando até de manhã Sou Clara Guerreira, a filha de Ogum com Iansã