Antônio Grilo e o Elevador

Graciliano Tolentino

Composición de: Graciliano Tolentino/Malungos/Crônicas de Calçada/Samba de Breque Autoral
Lá pras banda de Água Branca
Onde o sertão tem doutor e tem matuto
Tinha um prefeito valente mandava bonito
De fala enrolada e paletó absoluto
O nome dele Antônio Grilo
Homem sério homem fino
Rico justo coronel e cidadão
Mas às vezes
Às vezes dava um show com a própria criação

Foi pra Brasília encontrar os cabra graúdo
Chegou no hotel com Dr Mário todo sisudo
Enquanto Mário saiu correndo pro banheiro
Antônio ficou com um dilema verdadeiro
Olhou pro elevador olhou pro chão
Olhou pro nada olhou pro balcão
E com ninguém por perto pra ajudar
Resolveu com autoridade chamar
Elevador Desça cabra safado

Elevador de Brasília é bicho sabidão
Mas não resiste à ordem do Sertão
Basta um Grilo mandar com convicção
Desça agora que quem tá mandando é o patrão
Com o dedo em riste ele faz o botão tremer
Com a voz de prefeito até máquina vai obedecer
Antônio Grilo coronel de coração
Fez o elevador cair na pressão
Se o elevador não descesse era demitido por decreto municipal

E quem disse que precisa de estudo
Pra ter tino pra ter fibra pra ter tudo
Ele era da escola do improviso
Com mais carisma que muito ministro
Elevador obedeceu sem discussão
Porta abriu com precisão de procissão
Saiu gente sem entender a gritaria
E Grilo entrou triunfante na engenharia
Acompanhei Dr Mário e subi como um deputado em missão divina

Elevador respeita a autoridade
Quando ela vem com sotaque e dignidade
Não precisou botão nem funcionário
Bastou o verbo do prefeito extraordinário
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