Já rezei para o Cruzeiro, me benzi em cada canto No congá da Paulicéia tem lugar pra todo santo! Licença peço pra contar Que um dia tentaram apagar o meu axé Senti a tirania em minha pele Quando a marca de herege quis moldar a minha fé Mas o atabaque não silenciou Resistiu à Casa-Grande do Sinhô Com vela acesa, imagem de barro e madeira Fundamento de orixá incorporou Deu meia-noite, mas também deu meio-dia Chamei Maria pra firmar o meu congá Com pretos velhos, caboclos e Exús Louvação à Santa Cruz e Oxalá Sincretizei a proteção, bati tambor E cada santo se findou num orixá Assim como a alvorada é de Ogum São Sebastião é quem leva o ofá Saravá, saravá! Deixa o canto ecoar no terreiro Saravá! Deixa a gira girar Pra ofertar às Yabás uma prece, um barquinho E enfrentar as tempestades de Oyá Onde moram alguidares e santinhos É o Brasil de todo altar e congá Ogunhê, ogunhê, meu pai Ogum Ouço o toque do adarrum pelos campos de batalha Canta Imperatriz pro Major dos Orixás Minha fé no cavaleiro nunca falha