Seca escaldante castigando a vida Sol ardente rachando o chão Se acauã traz amargura Sertanejo não se curva Dias melhores virão Assim, me fiz Profeta da Chuva O saber de geração a geração A natureza ensina É dádiva divina o dom da previsão Se a formiga se assanha, vem chuvaréu Calango agitado no agreste Ê cabra da peste, vixe Maria Um bom inverno anuncia Em noite bordada de estrelas Voa a coruja imponente no infinito Observando a lua cheia, tantos mistérios Decifrar os astros é preciso Ó Padim Ciço a fé que ilumina Teu povo a rogar Que os santos abençoem nossa lida Com um céu a desaguar! Mandacaru quando fulora Na voz do Rei do Baião É sinal que lá vem chuva no sertão Retratado no cordel com reverência Despertei a consciência ambiental Mais um vulto do nordeste A brilhar no carnaval Põe pedra de sal no Sereno Na Avenida a Coruja encanta! Se é boa experiência Me alegro com a viola Tem água em abundância No sertão da minha escola