Você sabe quem eu sou pela minha gargalhada A rainha dessas ruas, da encruzilhada Sou eu, sou eu! Sou Maria, sou Odara A Padilha da Nação Jucutuquara Deu meia noite, galo canta na porteira O clarão da Lua cheia ilumina o caminhar Tentaram apagar a minha história Feito brasa na fogueira insisto em queimar De saia rodada na madrugada Fiz altar no cruzeiro Se meu trono é renegado, coroada no terreiro Ê, Calunga! Maré que vem e que vai No sopro o vento me faz a dona do cabaré Entre dois mundos meu encanto incorporou Quando o ogã anunciou Arreda homem que aí vem mulher Ela é Maria, Mariá Ela é Maria, Mariá Feitiço e sedução faço e desfaço O meu peito é de aço e o coração de sabiá Se meu coração é bom, a navalha é afiada O perfume que fascina, veneno que mata Se queres proteção peça com fé Inimigo teu come debaixo do meu pé! A dor que é transformada em amor A flor que o espinho protege, não trai! Quem bebe do meu champanhe gira e não cai (Ô abre a roda pra eu passar) A voz de quem nunca se cala é Mojubá!