No topo do prédio para ver o céu A cidade é um som distante A noite se espraia como véu Instante após instante O peso das constelações Satélites e quasares Ínfimo, átomo, inações Sob a luz de Antares As marcas de medos e fugas O tempo, declínio e rugas Dizem o quanto já vivemos Amargas, assim são as horas Os templos e suas esporas Nos dizem em vão oremos! Tomamos remédios para ver o céu A felicidade é palpitante A noite nos leva em seu batel Sem agulha ou sextante Acesos, nossos corações Vélites, brutais e vulgares O dízimo póstumo: Vis e ladrões Excesso de cruzes e altares As marcas de medos e fugas O tempo, declínio e rugas Dizem o quanto já vivemos Amargas, assim são as horas Os templos e suas esporas Nos dizem em vão oremos! Mulheres e homens libertos Preferem caminhos incertos Se a dor vier, que seja a nossa voz Sob tecido preto e despertos Estarão nossos olhos abertos E mais brilhantes que mil sóis